cravar com distâncias o capricho dos ossos,
estourar a beleza em seus miolos de porto,
ser Melville, meu bem, ser Melville morto,
sugar todo amor com a bagagem nas costas
e olhos vidrados ao descobrir que há amor.
mas não levar amor no bolso, o que se ama,
não se vai até isso; já se está, mesmo assim
ir, já que somos amantes pálidos de estreitas
lembranças e sensação de navio naufragado.
do porão das emoções marinhas talvez venha
essa pretensa avalanche com malas à beirada;
estamos de partida: há medo que a lava cesse.
compreender enfim que a verdadeira bondade
não está na bondade estática nem na maldade,
mas no caminho entre os dois limites ou mais;
coisas só existem no caminho entre (até) elas,
fora isso resta a bagagem, a miragem, a baleia.
15.5.12
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2 comentários:
Muito, muito bom!
Muito bom 2! Fazia tempo que não te lia... me deu uma alegria! Mary
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