24.1.12

"Billy Budd"






até o fim do dia serei Billy Budd.
meus braços, sem força, atingirão os brutos,
meus olhos, sem tremer, castigarão a feiúra,
essa feiúra dos corpos que nada temem,
essa feiúra duas suítes vaga na garagem.

até o fim do dia serei Billy Budd.
indicarei do mastro alto a rota da aventura,
e só de me olharem todos perderão o medo,
porque quando me faltam palavras gaguejo,
e isso, todos saberão, é ter medo também.

até o fim do dia serei Billy Budd.
e na minha lei só haverá justiça e não leis,
meu dever será carregar os sem pernas
e dar de comer aos que sentem enjôos
e apresentar o mar aos que só vêm água.

até o fim do dia serei Billy Budd.
a mim não importa se mercante ou militar,
quero um navio onde possa cantar música
para alegrar um pouco os que se odeiam
e batizar com a forca o amor da espécie.

Um comentário:

Tamara Eleutério disse...

companheiros que se afinam em tendências
passeiam por bosques sutis - alhures
então um dia chegaremos lá
talvez um portal
osso só: cântigos rubros, incessantes.


já volto.