somos o que podemos ser e não podemos
tempos fechaduras para a chave do medo
asfixiados os corações pelas artérias azuis
correntes literárias em bicicletas mujiques
a palavra prêmio virá do impossível passo
nosso pódio será idílio de anões circenses
taxistas falam nossa doença a vinte pratas
o torcicolo de deus inaugura a paz humana
as impossibilidades fazem crescer os cílios
o amanhã pertence a latas e trilhas extintas
pintaremos quadros com sorrisos de baleia
latem cães na madrugada de meus líquidos
escorrem édipos pelas ventosas do silêncio
tumores desabrocham no ouvido do suspiro
o livro da consciência gera o pelo da fome
roubaram da Terra a sua caixa de temperos
as têmporas embrulham o tifo da vontade
coleciono guimbas no chão de minh’alma.
escorre um western dos meus cotovelos
vejo passar a sorte com cachecol e bafo
sentidos enfraquecem a solução do ânus
penso em ti com tentáculos em febre alta
somos lilases dentro dos olhos da falácia
carinhos sempiternos são apenas difíceis
resta tempo para que não reste mais nada
as testas têm dobras de identidade usual
poemas alicates inflamam sisos de paixão
rodarei já que o amor usa bota ortopédica
há um mambo de trejeitos no osso da paz
com galocha espero a chuva da ocupação
é sair para falar, sentir o sorriso nas costas
a paciência caolha bebe uísque em Dublin
penetramos sem capa a chuva de pus ralo
um charme de esgoto faz a vênia ao cego
gangrenas de orquídeas onde ecoa o hino
ao sul de tua sorte há gânglios de veludo.
12.11.11
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3 comentários:
Luxuoso... bjs.
Mary.
Perfeito, como sempre!
Estoou sentindo sua falta no crônica do dia.
Bjs
nada mais justo, compadre. cada linha respondendo nossos cortes.
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