7.11.11

"flamenco"

com lâminas na tábua de precisão vermelha,
bocas do intestino apaixonam-se por Carolla.

quadros de Goya ferem minha região pélvica.

gotas de desaparecimento inundam de beleza
o que não está dentro ou fora, mas a caminho.

é rasgar-me na vergonha envelhecida do susto.

graves olheiras do meu destino chulo de ironia,
deixem que eu faça deste lindo pavor uns versos,
ou mesmo que eu morra de amor mais outra vez,
sabendo que não posso mais, outra vez eu morra.

coisa antiga de mim, com o seio perfurado por aço,
deixe que eu fique e durma ainda e mais um pouco,
até um pouco mais tarde seja a selvageria cintilante,
berço triste de artifícios que não me deixam morrer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo.Pudéssemos sempre fazer do pavor, versos. Cris