9.9.11

"a letra"

o que eu tinha agora, há pouco,
dentro de mim virou onça braba,
e era tão grande o bicho e pouca
vontade de estar diante do bicho
que me causava lástima, aquela
coisa sem nome, que chamamos
tia-avó, aquilo fatalmente úmido
por embaraço da letra, por clareza
da vontade da letra, mas fatalmente
de que letra vivemos, se quando
falamos, não somos nós onças?
o mesmo volume do esquecimento
que nos faz próximos, tão longe
das onças, ou das espingardas.

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