dizem que você se esconde nos confins
da ilha da madeira e usa um cinto firme
em volta do coração e escreve poemas
sangrentos sobre a ausência presente
das coisas atávicas, mas sinceramente,
gostaria de saber melhor como viveria
um poeta isolado do contato humano,
tão puro quanto a flor ou o incêndio.
mas será que corta lenha, usa caderno?
há que haver discernimento, é um fato,
mas alguma apresentação ao ridículo
não seria também um fato a discutir?
talvez seja questão de só ser possível
tocar a dádiva ausentando-se de tudo.
mas e a brecha, e a margem do humano?
é como se você me devesse explicações.
quanto do que é escrito é possível viver?
estamos sozinhos em cada cabana cheia.
da ilha da madeira e usa um cinto firme
em volta do coração e escreve poemas
sangrentos sobre a ausência presente
das coisas atávicas, mas sinceramente,
gostaria de saber melhor como viveria
um poeta isolado do contato humano,
tão puro quanto a flor ou o incêndio.
mas será que corta lenha, usa caderno?
há que haver discernimento, é um fato,
mas alguma apresentação ao ridículo
não seria também um fato a discutir?
talvez seja questão de só ser possível
tocar a dádiva ausentando-se de tudo.
mas e a brecha, e a margem do humano?
é como se você me devesse explicações.
quanto do que é escrito é possível viver?
estamos sozinhos em cada cabana cheia.
2 comentários:
Incrível. Cada vez que leio algo teu fico um pouquinho mais fascinada.
é como se eu te devesse explicacoes, lindo!
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