é necessário algo fluido
feito mãos entre lâminas.
precisa-se urgentemente
de uma boca bem aberta.
para coalhar esse tempo
que não se fez cicatriz.
nem tampouco sangra agora
e ainda é tempo sobre tempo,
sem noção entre terra e cais.
em suma é necessário mais,
porque os olhos imaginários
exigem filho, casa, mulher.
pode-se fazer o que se quer:
matar-se com tiro entre olhos,
convidar corujas para jantar.
mas sempre existirá esse canto,
essa mensagem rouca de louco,
esse erguer os olhos aos sinos,
tão anterior à foice sob a pele,
que enfim entregamos à saliva.
e quem pensa sobre isso morre
de amor ou doença coronária.
*texto publicado originalmente na fabulosa Revista Minotauro 3 (carne)
16.6.11
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2 comentários:
Uma belíssima e justa homenagem! Bjs. Leo.
Fui eu, Mary
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