15.4.11

"existe um homem bêbado, desesperado"

o quanto me ajuda aquilo que me mata,
ilumina a cabeça e rareia
o bolso paterno de mim,
aquele que foi morto, aos prantos
em uma novela de Raymond Chandler,
com um pouco de ajuda desencapo,
acredito em qualquer um,
como no primeiro Balzac.

saber que me mata aquilo que me ajuda
é como saber que enxergo,
mas não gosto do que vejo.

saber que já foram resolvidos os anseios
– não há mais tempo para isso agora –
pelos 127 heterônimos de Fernando Pessoa
resolve a vida do Pessoa, mas e a minha vida?
justo eu, que não tenho heterônimo nenhum,
que sou um só e sou mil e sou um trapo,
sei que aquilo que nos mata nos ajuda,
ilumina as chagas, faz da ferida pintura,
faz em palavras as babas por entre lábios.

mas o que direi a mim mesmo no silêncio
em que só os amantes podem mentir?
como pedirei ajuda na hora em que a morte
roçar finalmente a infância dos meus cílios?

5 comentários:

Anônimo disse...

eu que falei nem pensar, eu falei sem pensar! teus labios sao labirintos que atraem os meus instintos mais sacanas, o teu olhar sempre distante sempre me engana, http://www.youtube.com/watch?v=qGHPrEX72E4,

Anônimo disse...

essa anônima sempre investindo...risos.

Anônimo disse...

sempre

Anônimo disse...

porra com engenheiros do havai sem chances anonimo perdeu

Sir disse...

Ow meu deus,
Anon não é gentte, sao senhorezinhos velhos, crianças ou cachorros.