havia um tempo em que dizias: ficarei sozinho,
e agora é chegada a hora de dizer: que farei
sozinho? pois nisso ainda não tinhas pensado.
a antiga energia com cabelos sujos ao vento
coagulou num grito mudo feito quadro vienense.
as mãos suam, tremem à menor proximidade
do que nossa antiga inclemência veio nos cobrar.
já não há mais susto ou esperanças macabras
agora que sentas frio diante da vela umedecida.
e já não há mais raio vivo, pasta de segredos,
o sangue borbulha fresco pela boca incestuosa.
e você, mocidade à qual olho com vergonha,
com distância segura, e que, no entanto, fica,
permanece ao lado, você é a menina que come
chocolate e engole metafísica, você é a única
chance – e que peso tudo isso! – de um idiota
sem chance, apenas porque não sabe: a dor
antecipada de um covarde diante do pulo falso.
e não saber é grande, e é tudo que podemos.
1.1.11
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3 comentários:
lindo,.
TBM QUERO, sempre quis,
estou relendo tre-badA querendo mais
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