a retomada da primeira masculinidade,
quando os versos eram sobre os campos
e as mulheres germinavam nos vestidos
a maravilha agressiva do primeiro sexo.
a retomada foi uma pele curtida e crua,
modos europeus, cigarro sempre no bico:
o milagre vinha da tribo islâmica argoba,
e eles andavam, as mãos dadas, o corpo.
a retomada da primeira masculinidade
ainda doída, com os dentes quebrados,
mãos descascadas, vermelhas, enormes,
inflamação nas juntas latentes do amor.
vocês se amavam em silêncio utópico
enquanto hienas rodeavam os corpos
dos inválidos nos esgotos inexistentes.
o calor desértico te fez inchar as juntas,
ademais essas andanças de malabarista
que te levaram enfim: agora és homem.
e como homem deves viajar para longe,
acumular riquezas, reclamar em cartas
para a mãe avarenta, sobre tal doença,
que é doença da distância, o carcinoma
que vai comer o ex-menino pelo joelho.
e ela estará, Zelda Fitzgerald africana,
e compreenderá pouco, e dará muito,
como as reles mulheres das tavernas,
que davam o decote ao servir o chope.
e mesmo podre, enrolado na ambição
mundana, tu exalas ainda a pestilência
tenebrosa dos que recebem, e se vão.
6.5.10
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