27.3.10

"l. cohen"




uma determinada canção medieval,
explicava com timidez a coisa óbvia:
a distância não tem meios de fazer
o amor compreensível e, afinal, nós
gostamos dessas notas tenebrosas,
dos vacilos emotivos, do ar gitano,
do erro que perdemos nos parques
alienados, de toda essa brincadeira
garcia-lorquiana – mas essas notas
tenebrosas são coisa que não se fala,
constância de cadafalso: nossa arte.

Um comentário:

Liz de Gaia disse...
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