forte como o sol, hoje arrancarei tua roupa
e, vagarosamente, penetrarei por um segundo
no teu âmago, como diria Leopardi, te farei
dizer meu nome aos sussurros, o dedo fundo
na tua boca úmida, nossa respiração obscena
envergonhará os versos, arrancará toda asa.
seremos o delírio árabe, e as sirenes trarão
os mortos pelo êxtase, e a completude viva
do cansaço, do sol sufocante, do suor morno
compartilhado entre estranhos serão a nossa
força, nossa diáspora, nosso pistão de ferro.
e desatentos, desditosos, iremos com braços
dados, em meio aos turistas de outras línguas,
enquanto nós, os perenes, diremos baixinho
na única língua do amor: “no, l’amore no”.
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