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com a barba vermelha banhada em sangue,
dirijo-me à gruta da tua vontade liquefeita.
os olhos já não esperam a carne do vacilo,
o corpo treme, mas as mãos, enfim, unidas
massacram com delicadeza tua pele úmida.
tento falar das coisas do amor, mas tu fechas
com tua mão minha boca e exiges um pouco
do veneno cotidiano que nos salva e arrasa
as paredes do tédio diário, e nós estamos ali,
nos banheiros apertados, agarrados à volúpia
que não exige palavra, mas sim o desperdício
com o qual faremos a comunhão das espécies
e pularemos etapas, nos graduaremos ciganos,
não precisaremos talvez mais ter que começar
os poemas com as barbas banhadas em sangue.
estaremos tortos enfim, para sempre esgotados,
e nosso sorriso satisfeito calará todos os poetas.
2 comentários:
oi, leo, você ainda escreve? beijos
dani
veja, leo ainda escreve :)
e bonito.
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