parece que recolheram, a pau e pedra, os amigos pederastas,
os barbudos que povoam os mictórios atômicos, estilhaçados
ficaram os versos, continuam encostados na parede, a solidão
permanece nua, amarrada ao poste, e Piero della Francesca
não pode mais dar o abraço plurissexual, o apito disentérico
das fábricas se tornou aquário desordenado da imaginação.
te vejo tão sério na página do jornal marrom, entre as grades
de bambu, dizendo: NÃO SUPORTO SÃO PAULO, e rumo
à extinção da luz mesclamos vozes barbitúricas, e os bolsos
escancarados da mente provocam os anjos de enxofre, e das
janelas do crânio observamos o corpo suicida de Modigliani,
já Garcia Lorca penteia pela última vez o crânio martirizado
enquanto a noite varia, as estátuas doentes, com conjuntivite
borram a nesga preciosa por onde escaparemos feridos, nunca
mortos, e nos arrastaremos satisfeitos na paisagem de morfina.
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