12.3.09

"aleijão"

peço calma, mas não quero calma.
a vida, calma, é miserável demais.
mas a violência com que eu sonho
e que não é violência banal do sexo
nem a violência do atropelamento,
ela exige a nossa pele, a nossa cruz.
não quero, calmo, carregar a cruz.
quero poder desviar e fugir, pois que
somos fugas dentro de caixas ósseas,
ossos estes que, às vezes, servem
para nada além de carregar até sabe-
se lá onde o que já não se conhece.

tenho pressa, mas não tenho fome.
contradição bisonha correr sem bolas.
ter que antecipar o tiro com sangue
das muitas visões desejadas, nunca
tidas em sintonia com nosso drama,
porque precisamos de drama, drama,
do contrário as agulhas nas artérias,
a chance de marfim, nunca almejada.
repetir nunca, nunca, nunca, nunca,
porque o SIM virá feito uma bomba
e rachará ao meio a retina de gesso,
e chutará o poste para aleijar a dor.

3 comentários:

Anônimo disse...

você tá com esse negócio da calma na cabeça

Anônimo disse...

a velocidade nem sempre corta

Anônimo disse...

"você vai pensar que eu não gosto nem mesmo de miiim e que na minha idade só a velocidade anda junto a mim"


mas que comentários imbecis que eu to fazendo hoje. se cuida, me desculpe. bjs