para Bibiana Campos
Que eu morra
de parada cardíaca,
com os dentes
fincados na sua carne,
entre seus braços,
assaltado por seus lábios.
Nossa saliva circula
por uma única veia
ela dirá
o nome e sexo
a cor do coração
o gozo melado.
E depois de morto,
irrigue, por favor,
o sangue.
Coma as vísceras
e o fígado, sinta-os
dilacerando na boca.
Despoja-me de todos bens
e com o couro da pele
faça uma mochila de viagem.
Dê os ossos a algum estranho
que passe na esquina
onde nos beijamos pela primeira vez.
Não pronuncie mais meu nome.
Guarde a marca dos dentes
como lembrança na pele.
(do livro "Poemas Suíços" - Ed. Ibis Libris, 2004)
10.12.08
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