a noite chuvosa traz o presságio
do amigo amputado sobre a cama,
das gavetas vazias, terrível sonda.
a noite chuvosa prevê o engasgo,
a falta de apuro na sutura do peito,
o grito selvagem, o vento no rosto
e não saber – não saber que faz andar.
a noite chuvosa traz de volta a maca
com corpos vazios – todos eu mesmo.
eu que, abstêmio, espero o milagre
e envergonho porque no fundo sei:
não há milagre mas a noite chuvosa
está mais por dentro – lá fora o sol.
2.10.08
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Um comentário:
Te espio as vezes... hoje resolvi deixar pistas... Leo, sempre chuvoso... Deixa molhar por dentro e por fora...
Beijos
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