existe algo antigo, uma antiga fábula
relacionada a uma pérola clandestina.
de superfície multicor, disforme, nua,
o deus sólido parido pelo homem cru.
pérola esta que desce goela abaixo
de tipos mais afeitos a misticismos
causando uma cicatriz na garganta.
esse ter de calar quando se pensa
nas feridas linhas do rosto virgem,
nas mãos roídas de fome e verme,
no aceno que não diz adeus, pede.
calar e pensar que do lixo excedente
serão paridas novas, frágeis pérolas,
brilhantes quanto mais se quebram.
menos esperadas, dadas como mortas,
elas darão torno à vida, e regressarão
como algo antigo, uma antiga fábula,
para seqüestrar o brilho e calar o não.
11.5.08
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