22.5.08

“os subterrâneos”

estamos nas pequenas dobraduras
os reféns da mobilidade do amor.
você não nos conhece, passa reto
não entende o nosso riso ambíguo
que nos torna totens apodrecidos.

o mundo urge, não damos conta.
vemos um lugar, estamos noutro.
sem ponderar seguimos vendados
ponta de pé à beira do cadafalso.
colhemos restos e dormimos bem.

vocês bem tentaram a Gioconda
os embriões de cera e a esmola.
vocês fizeram só o que podiam
nos deram a chance de odiá-los.
mas não podemos, não há força.

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