5.2.08

“canção para mulher alguma”

colírio nos olhos do além,
uma paixão violeta, vulgar,
dos dentes tortos, paixão
para algo como esperar pelo impossível.

uma paixão para dois, três, quatro,
paixão de pés não tão bonitos,
como já disse, dentes tortos,
suja de purpurina, firme, delicada,
já assim meio lasciva, embriagada,
aquela que pensou antes o que me excita.

paixão que me leva até perto das nuvens
paixão de cintura fina, do tamanho da minha mão,
que me larga de saia nas alturas, paixão violeta,
nem minha nem de ninguém: só dela mesma.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uau! Uma mulher alguma que só pertence a si mesma merece um poema de alguém...

Saudades suas!

Beijos atemporais nas suas têmporas,

Carole.