tudo começa ocasionalmente
como dor escura, como parto,
feito aparição sem presságio,
tiro surdo, igreja gótica, lupa.
no estômago inicia-se o susto,
a planta carnívora das idéias.
a garganta prateada, moedas
douradas estourando divisas,
entranhas comendo-se vivas,
mas tudo puro, bruto, biônico.
a passagem para o concreto
porém é queda vertiginosa.
o irreal se dissipa à revelia,
trapaças tramadas às cegas -
ah, pelo benefício da dúvida!
doce pecado de não se pecar.
chega-se então ao fim do poema,
e tudo o que ele for é tudo e nada.
sei apenas que direi: “sei apenas”
e sujarei frases, com a dor intacta.
15.1.08
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3 comentários:
hei, leo, belesma.
quero te convidar a aparecer no blog do bar do escritor em www.bardoescritor.net
3 vezes por mês apresentamos convidados. topas?
se sim, mande-me o texto relacionado ao assunto e uma minibiografia, a exemplo das que estão lá, junto com seus endereços da internerd.
maobranca@gmail.com
[]s
leo, aposto que tu tem íris tipo flor. saudades demais,
natércia
A dor, essa companheira... Não-cariocamente falando, nada como o etanol que afoga as ritas e alices nos bares da vida, longe, muito longe do way of life dos barretos e picaretas que fazem fama e cama enquanto fumamos o bafo dos ônibus sobre as mesas de brahma postas quase no meio-fio. Fazemos qualquer negócio. Abraço.
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