13.1.08

"os receptores"

sempre abertos, escancarados
como algo que resiste.
confusos, é claro, sedentos,
muitas vezes apavorados,
incertos, radicais no carinho
para com a dúvida borbulhante.
sem resposta, o corpo se fecha.
é frio, fogo!, dizemos “amém”.

não há consolo de Pietá.
não há lírios ou benzina.
não há mais genuflexório.

somos nós, elementos estáticos,
sempre abertos, corpo fechado.
elementos vazios, receptores,
à procura de deus no escuro.

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