o tempo nunca espera,
ele nunca nos esperou.
e a nós dois foi entregue
um interstício furta-cor.
essa é só uma cartinha
a quem o tempo levou
junto aos restos da rua,
à profusão do silêncio.
é estranho esse engasgo,
essas formas desapegadas,
que se enrugam só quando
falamos demais em amor,
doemos demais por amor,
e amamos só o que se foi.
24.11.07
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