de repente mais perdida: sobre meu pulso.
depois reparo, porque toca o Réquiem de Mozart:
se ela se perdeu do resto, como agora estou eu?
isso quando poderia muito bem matá-la sem culpa.
– e quantas vezes não matamos pela nossa culpa?
eu falo para ela: vamos, te ponho de volta na mesa.
mas ela não tem ouvidos, é preta, cega, mínima, seca.
e todos nós, em grupos, somos do mesmo jeito sem saber.
no meu dedo que, também perdido, apenas maior, a devolve
à escrivaninha, onde ela continua sozinha como todos –
e isso, percebo, me enternece muito mais do que Mozart.
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