18.5.07

"modinha"

chove bastante na cidade,
em mim não cai um pingo.
chego na casa dela tarde,
é mais um dia de domingo.

na rua, todos sem dinheiro,
vejo pela cara do porteiro,
que me vê e não cumprimenta.

não existem aves nos galhos.
ela me recebe ainda gripada,
olhos de uma doce violência.

antes tentamos coisas leves:
viu a chuva que vem de longe?
pensei que chovia há séculos.
as amenidades não funcionam.


tentamos os olhos, traiçoeiros.
ela está irritada, pegou virose.
eu estou excitado, sem a calça.

então ela me estapeia a cara,
eu a levo até a cama na marra
e nos amamos como sertanejos.

Um comentário:

Anônimo disse...

ccmeçou contemporaneo e terminou nas cavernas.