8.12.06

“elegia de olhos grandes e calmos, assustados”

você que me embala pela nuca com sonhos de espuma e precipício
você que me diz não e some depois que o padre diz amém à morte
você que a lua esconde de mim através da maquiagem de puta velha
você que se mantém líquida em corpo entre minhas unhas incoerentes
você minha brotoeja em desespero de verão, você risada em frangalhos
quem é você senão tentativa infinita de voltar ao começo e achar saída?

quando entro na sala das lágrimas de festim
e não há porta atrás de mim, atrás de nós
(você minha exata inaptidão mais real)
porque os engasgos são as únicas portas
escancaradas como a arcada dos crucifixos...

3 comentários:

Anônimo disse...

Adoro as suas elegias...

Saudades muitas!

Anônimo disse...

isso da música de caetano.

brotoeja em desespero de verão e vaca profana.

Anônimo disse...

acho que pirei, num sei porque saiu esse nick aí. mas tomate aí em cima sou eu.