25.6.06

"Somewhere i have never travelled" (e.e. cummings)

somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near

your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully, misteriously) her first rose

or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;

nothing we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the colour of its countries,
rendering death and forever with each breathing

(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands

*** minha tradução livre ***

"Em algum lugar para onde nunca viajei"

em algum lugar para onde nunca viajei, felizmente além
de toda experiência, seus olhos têm seu silêncio:
no seu gesto mais frágil há coisas que me confinam,
ou que eu não posso tocar porque estão muito perto

seu olhar mais escasso facilmente me revelará
apesar de eu ter me fechado como dedos,
você me abre sempre pétala por pétala como a primavera abre
(tocando habilmente, misteriosamente) sua primeira rosa

ou se seu desejo é me fechar, eu e
minha vida nos fecharemos lindamente, de repente,
como quando o coração dessa flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em todo lugar;

nada podemos perceber neste mundo que se iguale
ao poder da sua intensa fragilidade: cuja textura
me constrange com a cor de seus continentes,
invertendo a morte e para sempre com cada respiração

(eu não sei o que há em você que fecha
e abre; apenas algo em mim compreende
a voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse poema é um dos meus preferidos. Zeca Baleiro musicou uma tentativa de tradução, já ouviu? É linda. Bjo.

Anônimo disse...

VIAJEI

não VIAGEI

Anônimo disse...

obrigado. está corrigido.

leo