a voz grossa deixa um arranhado
rastejando doce melancolia
pelas curvas do corpo
descem lentas gotas arranhando o que um dia
chamei de amor.
a voz grossa te resume em três palavras,
mulher mal-dita da minha esquina.
te resume assim.
indo pelas ruas, pelas esquinas
dobrando a infância, a caminho de casa,
num fim de mais um ontem,
antes que se fure o centro do teu destino
outra vez
toda vez
toda vez que teu olhar é percebido
pressentido
(desconfiando esperança)
quando é lambido na retina
penetrando – (lá no fundo, coração, rasga dentro)
que a minha vida é vagabunda como a tua.
as gotas explodem no corpo ecos da voz ligeiramente profana
te resume pouca.
te resume assim.
como se palavras pudessem destruir coisas belas.
ou palavras até resgatassem detalhes de um mundo cruel.
eu te desvendo aqui, maldizendo minha poesia,
sad&sexy, woman.
21.1.06
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