3.9.18

“museu histórico nacional / setembro de 2018”



contra todos os fogos, o fogo
azul de nossas veias falidas.
porque somos todos museus
em chamas, crânios antigos.
não antes a vergonha solitária
de escrever em vez de chorar.
a cidade ainda é mais bonita
do que as nossas entranhas.
não existe estado, tudo é um
espelho do que levamos aqui
a cada lance de cabeça triste
no egoísmo de tão serena bílis.
aqui nossa boa falência, fizemos
um fiasco de uma invenção ideal
para uma espécie melhor que nós.
mais triste que a história em chamas
é a incapacidade que vamos adquirindo
de rezar virtualmente uma velhacaria
enquanto juntos nos comemos vivos.