na cama, me dizes não há
coragem onde não existe
sangue, penso no que
dizes
na cama, no sangue,
onde,
mas não sei juntar palavras,
sinto que já não as
palavras
formam meus
pensamentos,
tento observar por um
tempo
ao lado, no sangue, na
cama,
o feixe da luz consanguínea
que justifica tua
frase, mas
o sangue, talvez, menos
denso,
de pressão afrouxada, na
cama,
me abandonou em
devaneios
curtos, sem palavras e
com todo
o medo que as palavras
encobrem
trazendo ao saco do corpo a dança
de acordes mudos diante
dos gritos,
enquanto gargarejam as
gotículas
da coragem, em pequenos
arrotos
de guerra, da luta
travada, do sino
no estômago do
esquecimento.
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