a magnífica paragem dos
desejos,
armada em escombros de
uma solidão ruidosa,
vago esquecer por ora os
tamancos na madeira,
esse rígido esmorecer
na orelha das horas,
esplêndida pousada para
o tecido da ação.
há folhas de muitas espécies
nas paredes cotidianas,
e largas teus rastros
em areia móvel,
interrompes tantas
vezes o trajeto obscuro,
cansas de amar no que
tocas teu corpo,
avanças ríspido por
soluções forçosas
e acima de tudo tocas
teu corpo usufruído,
conselho de morfina ao
estrondo púbere,
apelo da manhã ao
esfacelamento público
no recolhimento dessa
varagem espessa,
maná da carne mortífera
na colisão aérea,
enquanto não estás na
enfermaria primeva,
e recolhes do dia um
visco brutal que se inclina
rompendo as barragens
da tua madeira de lei,
os bilhões de anos quando morreram estrelas,
para tombar no teu colo
como um fruto
da árvore derrubada dos
teus ciclos,
um aumento de viscose
nos cílios madrugados,
um arrastar-se trêmulo
pelo vazio dos delírios;
até aqui escapaste com a
boa sorte dos enganos,
mas já não tarda teu
perseguidor procurar-te
nos arrabaldes de
versos que perderam a trilha
para cumprir sua função
que é perseguir-te,
onde quer que esteja
encontrar-te,
e já chega a noite do
esmagamento inevitável,
as paredes brancas
talvez na surda
falácia da pele dos
teus temores,
recuo sistemático ao
que serve de declínio
apenas por que é tudo
mais uma questão
de movimento para o
cerne da estrutura,
mas no momento estás de
olhos fechados.