na pressa dos tiros não vejo quem passa
não há quem passe na pressa dos tiros
alguém me chama para além da pressa
os tiros perpassam os ouvidos da noite
no vazio dos olhos a pressa dos tiros
fora de mim a solidão de alguém ama
a pressa dos tiros engatilham sussurros
no escuro há a chama da pólvora mãe
têm pressa os tiros têm pressa eu tenho
e corro a passagem e vazam os ouvidos
são roxos amigos na pressa dos tiros
são quinas sem mesas nos bares d’além
apenas na pressa estou junto ao gatilho
alinhado à frente da guerra apressada
a guerra tem pressa os tiros eu tenho
gangorra de ossos na violeta do vácuo
demoram as horas na pressa dos tiros
sem vácuo a passagem solução do nó
destino e espírito, dois nomes de um só.
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