viverei mil anos na
galícia de tuas coxas,
teu pólen serão as
ilhas onde descansarei
os navios apedrejados de
minha esperança.
nos teus olhos, um enjambement de lírios,
nos teus quadris, minha
galáxia herdada.
não falemos, então,
nada além dos olhos,
firmarei em teus olhos
minha vaga nação.
em sarabandas lunares
repaginar carícias,
virar do avesso a ruína
do segundo parto.
dentro de ti serei
sempre o pastor anfíbio
e a violência explodirá
em sutis enxadas,
enxadas e pisadas sobre
nuvens velozes
e já não estaremos mais
entre os mortos.
pelo instante em que
tocarmos as pontas
do nosso milagre comum, afirmaremos
a comunhão das espécies
e o sono do fim.
2 comentários:
Parabéns, poeta! Evoé!
Esse cabra-da-peste é muito bom. Arrasou geral. bjs. Mary
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