estarei aqui quando os concretos se virarem
e vierem nos cobrar as cinzas da beleza,
estarei aqui, com os olhos costurados,
mas você escutará, a cada morto desabado,
meu coração pigarrear e meus dedos amarelos
suplicarem por esse silêncio de cidade grande
dividido com os únicos ombros firmes,
dessa viscosa irmandade que justifica
sermos fúteis o suficiente para lustrar
a vergonha úmida de nossos cílios fosforescentes
e derramar o sangue como balas doces cocaína
porque nossa queda de joelhos será a liberdade
não reconhecida nos pequenos túneis funéreos
e que são nada, meu amor, nada além do escuro
frágil com o qual nos acostumamos a amar sem aspas.
22.3.11
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6 comentários:
"que lindo",
http://www.youtube.com/watch?v=WIt8HdTraMo
http://www.youtube.com/watch?v=CPdnPKPGduk&feature=related
Olá!
Adorei seu blog, sou apaixonado por poesia, estou curtindo.
Grande abraço!
http://heyamigovelho.blogspot.com/
Roubei!
http://sirlanney.wordpress.com/
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