é difícil começar o que já terminou.
é preciso agora empacotar as mágoas
e partir para sempre, suar um novo sol.
levar a baixo as paredes com a cabeça
tornou-se um hábito diário, as cortinas
fechadas demonstram que estás só
e, é claro, há os outros, eles também
estão sozinhos e têm a testa marcada
com as pancadas recebidas pelo hábito
de nutrir o medo com socos trêmulos.
não basta, depois, transbordar os olhos
com pureza maldita, com hinos chulos.
é preciso começar o que já terminou,
lamber feridas como filhos sem cabeça
e amar o que destrói como quem ama
a ponta da agulha, o pai sem perdão.
15.3.10
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Um comentário:
grande leo!
faz tempo já que não te vejo e que não lia seu blog sensacional.
grande prazer passar por aqui e ler suas coisas sempre.
um grande abraço, saudades.
arthur braganti
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