18.12.08

"Napoleone di Buonaparte"

foram-se as baionetas imaginárias,
baixaram a meio pau as bandeiras,
deitaram a correr o velho infame.
os heróis acabam sempre nas ilhas,
os verdadeiros impérios do oriente
foram roídos pela decadência, e tu
estás gordo, a riscar velhos mapas.
muitos se dizem você no hospício,
o mundo ainda é o das debilidades
e mendigos provocam ira nas ruas.
precisávamos talvez da tua loucura
para encarar de frente o apodrecido
e remover as manchas da nossa fé.

que constantinoplas foram precisas
para alcançar o centro de si mesmo?
Novo Prometeu, agora bem sentado
atado em uma rocha onde um corvo
lhe rói as entranhas, e ali o homem,
as entranhas da democracia furiosa.
a imaginação faz perder as batalhas,
você disse, e amou, e foi pra guerra.
você tornou incrível nossa verdade,
depois trancafiou o Marquês de Sade,
e quanto não ficou trancafiado em ti,
homem interditado, líder soberano?
o que vem do fogo para o fogo torna

Um comentário:

Anônimo disse...

suas poesias sempre contam coisas