para Manuel Bandeira, com atraso.
te espero nos intervalos
entre abismos e arcanjos.
não existes e eu te espero
– Rapunzel sem trança.
com a sombra na mão
– inclinação taciturna –
te espero na distância
entre gametas e viúvas.
com este sorriso metálico
– orquídea feita em pólvora –
te espero desejoso e confuso,
miríade no espelho, te espero
como o faminto satisfeito,
sem braços, o colhedor de rosas.
te espero como ferida eterna,
te espero como quem morre.
29.12.07
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário