queria ter nascido Augusto dos Anjos
para compreender a sífilis parnasiana
que se antepõe e rói os nossos ossos.
queria ter nascido anjo para compreender
os vermes na essência da idéia positiva.
talvez fosse preciso essa maldição,
esse querer talvez um dia ter sido,
para que eu pudesse pensar em Augusto
– tão augusto, pobre Augusto! –
como ramificação do sumo de uma raça
na crucificação irrevogável do que passa –
e ainda somos todos a mesma quimera.
1.12.07
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3 comentários:
Leo Marona, meu boliviano favorito... Estão cada vez melhores as tuas linhas e os teus desvios. Beijos e escarros a la Augusto.
Carole.
Oi , Leo. Quero falar sobre seus dois textos em prosa logo abaixo. Eles estão cada vez mais expressivos e precisos nas imagens, o fluxo está cada vez mais consistente. A força é emanada, a intenção nas palavras é a própria expressividade da palavra e o contato que ela mantém com um fluxo que precisa se mostrar. "é tudo um ciclo que se repete", mas com brilhos alternados refletindo sorrisos e agressões a esmo. é tudo vago e tudo vela uma precisão violenta. seus textos devem persistir. também gosto dos poemas, mas não consigo falar muita sobre poesia.
grande abraço, Alvaro
Carol, sempre bom ouvir de ti. Apareça. Álvaro, dizer o quê? Tu é meu talismã mágico, o irmão de proveta que terei um dia como filho, se tiver alguma sorte genética. Tua visão me encabula e me faz persistir em erros cálidos, de todos nós, quem sabe. Um beijo, e até sábado.
sempre de vocês...
L.
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