nas entrelinhas do pavor canônico
existe o afeto louco, desgovernado,
e essa alma tão sem nada, sifilítica.
difícil manobra ser espelho público,
para realizar em si ambições alheias
– ambições irreconhecíveis, latentes.
e logo abaixo das casas de mulheres,
logo abaixo da performance, da unha,
vejo sujo nosso jardim de orquídeas.
beleza plena que envergonha e mata,
vejo tinta nos cabelos, caras lavadas,
beleza vaga à qual nós damos nome.
difícil conceber a miopia dos sentidos
sem assumir em nós esse rastro podre,
beijo letal de uma boca roxa, carnívora.
28.11.07
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2 comentários:
oi léo,
tudo bem ? como está porto alegre ?
este poema é lembra augusto dos anjos. um beijo
oi, marília!
olha, estou morando no rio de janeiro, enquanto ele for janeiro e não março.
augusto dos anjos, é? que chique!
beijo grande! e lady hutchins?
leo
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