as escadas criam caninos,
os olhos verdes, abutres,
perdem esquinas e mapas.
o suor piche das estátuas
é a poça punho do sangue
de quem grita e não existe.
as asas punhais do suicídio
cavam um rosto na montanha
– o mar vomita poemas toscos.
em agosto
comparecemos ao velório da noite,
esperando a organização dos erros,
a testa fria da aprovação infame.
românticos trazem livros em branco,
ninfetas recortam retratos desbotados,
o buraco se abre, o instante se cala.
3 comentários:
Lava mágoas
Nessas tardes molhadas de agosto
Sinto a chuva lavando minha alma
Sinto o frio entrando pelos ossos
Como uma coisa um troço
Não sei explicar
Lavei as mágoas nos pingos da chuva
E aquela velha dúvida de te encontrar
Tô molhado como um passarinho
Perdi o ninho já nem sei voar
Eu tô molhado
Pingando chovendo
Chovendo pingando
Pingando tão só
Tô molhado
Chovendo doendo
Doendo sangrando
Sangrando de fazer dó
Tô chuviscando estou chovendo
Estou sofrendo de fazer dó
Chuviscando estou chovendo
Estou sofrendo tô causando dó
Mês de agosto é mês de chuva
Mês de agosto lava a alma
Mês de agosto é mês de chuva
Mês de agosto é mês de chuva
Mês de agosto lava a alma
A mágoa a mágoa
(Alceu Valença - Dominguinhos)
calar é um ato burro... talvez sábio.
sabe leo, sempre que eu vejo o mar lembro de você. talvez porque você me fez enxergar nele algo além dele mesmo. tenho boas lembranças.
olha, os hiatos consomem a gente, mas morrer é só junto de quem a gente ama.
não quis fazer muito sentido, só ser sincera.
beijo com o coração.
Agosto, agosto, sempre agosto. Quase escapei dele... por dez minutos só.
Beijos de uma agostina.
Ju.
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