22.6.07

"o cheiro do lençol"

foi naquela manhã gelada.
você bateu atrás de colo
e pensando ser impossível,
eu representei um orgasmo.

me lembro que chovia.
havia algo sobre lençóis.
você chegou, depois sentou,
então se cobriu, daí me olhou,
então se descobriu e me disse
que o lençol cheirava mal.

na verdade foi uma coisa banal
a tarde na qual fingi um orgasmo.
não havia nada de sensacional,
mas me parecia impossível falsear.
você reclamou do cheiro do lençol
e talvez você me amasse, ou poderia.

era de fato uma manhã bastante fria.
tudo parecia absolutamente congelado.
estávamos na cama juntos, tão separados.
você disse eu te amo: eu fingi um orgasmo.

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