há mambos
nos planos de uma nova história
inglória
para os que precisam de muito
há moras
para os que tem o que precisam
amoras
para a espera aflita e silenciosa
esporas
para os que estão sem braços
abraços
crianças
cada morte uma pedra a mais
nas contas
do colar mais caro de diamante
há brocas
nas narinas injustas dos deuses
há meses
que chove aqui dentro e lá fora
embora
meu corpo em chamas me chame
exangue
na direção do regaço das horas
senhoras
e todos os cafetões e putas na rua
disputas
pelos últimos grãos da nossa morte
e a sorte
sempre distante dos que amam
e sambam
nos mesmos ninhos pisoteados
tomados
pela teia inchada da aranha eterna.
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