19.2.07

"nossa cor"

existe em nós um (preto) erro fundamental
que torna (cinzas) nossos portos submersos.
existe (vermelho) um erro brutal que grita
no silêncio (bege) constrangido por palmas.

dentro deste erro somos toda vida embalados
como (azuis) crianças nascidas com acefalia.
surdos ouvimos (verdes) os gritos enjaulados
da gigante realidade harmônica, apodrecida.

dela vêm as larvas do nosso choro celofane,
vem o aviso sem palavra: erro da nossa cal.

nosso erro fundamental foi o nosso ofício,
nosso desafio de simbologias desmistificadas
em semblantes com designações seculares:
fundos neste erro, marcharemos sobre ossos,

e dentro deste erro superlotaremos as redomas,
e deste erro, um a um, nós morreremos de vidro.
no coração do erro nossa carne (anil) adormecerá,
até que o corpo se torne (púrpura) unidade amorfa.

então (amarelos) nós anteciparemos a esperança,
a no desbotar do erro recolheremos a nossa cor.

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