Parque da Redenção, Porto Alegre – mas nem tanto – tarde sem sol.
Aqui estão os punks sem gestação, os rapazes republicanos que põem fogo nas gargalhadas sem fôlego para uma vela de sétimo dia, as barbas assustadas e pedófilas, submersas em capas de vinil, as meninas tristes como trapos de maquiagem e coquetéis químicos, estampadas em lágrimas de sépia, os garotinhos tristes em dúvida sem dúvida lambuzados de batom sonhando com Ziggy Stardust e morrendo nos pêlos da grama fugidia. Aqui estão os meninos trêmulos e descolados ancorados nos seus calções de basquete e com bolas rodando nas pontas dos dedos, as meninas ainda desconfortáveis com seus peitos recentes e seus colares de espinho. Aqui estão as fezes da transição (contra-revolucionária? quem saberá dizer?). Aqui estão libélulas suicidas calçando tênis all-star de cano longo, varejeiras em saltos ornamentais para o futuro numa estalactite, os ligeiros instantes sombrios seguidos pelo vendaval violentado até levantar o chão de saibro ou terra batida sobre as caras das pessoas abatidas por saberem o que não querem saber e não saberem o que precisam saber, de modo que choram diante das luzes inconstantes e das estátuas cansadas, todas enclausuradas nas próprias equações para um mundo novo consciente e ao mesmo tempo cheio de ternuras e abismos. Aqui estão as velhas teorias vestidas com roupas velhas para parecerem novas quando deveriam estar nuas, vestidas apenas com olhos d’água.
Aqui estão os punks sem gestação, os rapazes republicanos que põem fogo nas gargalhadas sem fôlego para uma vela de sétimo dia, as barbas assustadas e pedófilas, submersas em capas de vinil, as meninas tristes como trapos de maquiagem e coquetéis químicos, estampadas em lágrimas de sépia, os garotinhos tristes em dúvida sem dúvida lambuzados de batom sonhando com Ziggy Stardust e morrendo nos pêlos da grama fugidia. Aqui estão os meninos trêmulos e descolados ancorados nos seus calções de basquete e com bolas rodando nas pontas dos dedos, as meninas ainda desconfortáveis com seus peitos recentes e seus colares de espinho. Aqui estão as fezes da transição (contra-revolucionária? quem saberá dizer?). Aqui estão libélulas suicidas calçando tênis all-star de cano longo, varejeiras em saltos ornamentais para o futuro numa estalactite, os ligeiros instantes sombrios seguidos pelo vendaval violentado até levantar o chão de saibro ou terra batida sobre as caras das pessoas abatidas por saberem o que não querem saber e não saberem o que precisam saber, de modo que choram diante das luzes inconstantes e das estátuas cansadas, todas enclausuradas nas próprias equações para um mundo novo consciente e ao mesmo tempo cheio de ternuras e abismos. Aqui estão as velhas teorias vestidas com roupas velhas para parecerem novas quando deveriam estar nuas, vestidas apenas com olhos d’água.
E fico depois horas pensando se é para o meu consolo que vejo por último o busto com abas sulfúreas de Alberto Santos Dumont – logo a frente uma roda de capoeira inaugura mais uma cláusula social.
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