13.11.06

“O intelectual”

Aqui no parque existe um chafariz desativado aonde os filhos das prostitutas vêm apanhar sol e gripe fugindo dos preservativos usados e objetos infectados cortantes aparentemente com sucesso pelo meu ângulo de visão ausente de vista.

Dia desses estava eu sentado às margens do tal chafariz mais uma vez o truque dos óculos de sol forjando uma presença solene comumente confundida com artrite.

Estava com este mesmo caderno de anotações no qual escrevo agora tentando em vão endireitar pensamentos preconcebidos quando duas dessas pequenas criaturas mais felizes do que eu pobre animal envelhecido passam um já com bastante verme na barriga e cueca vermelha de náilon o outro com aparência abatida e um pedaço de pau na mão.

Este último tão tristemente e com olhar beatífico então olhou para mim e disse:

“ô barbudo pára de estudar um pouco ô!”

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