Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.
(com o pensamento em Ana Cristina Cesar)
Quem enviou esse poema urgente foi Natércia Pontes,
com a seguinte justificativa:
"porque os dois são fodas".
É justo, justíssimo...
10.11.06
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