10.11.06

"Ausência" (Drummond)

Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.

(com o pensamento em Ana Cristina Cesar)

Quem enviou esse poema urgente foi Natércia Pontes,
com a seguinte justificativa:

"porque os dois são fodas".

É justo, justíssimo...

Nenhum comentário: