porque não tinha nada para dizer
– pelo menos nada que já não gritassem –
e também porque as nuvens haviam se desmanchado
num elefante branco que talvez
só eu e as nuvens escutássemos no céu
– pois os demais insistiam em enxergar –
resolvi refletir sobre qual seria
o melhor destino para um poema.
antes de tudo
descartei as obviedades,
como merece um poema
que, quando é, já foi.
portanto
nada de academia de letras,
que todo poema é preguiçoso
e não faz esforço algum.
pelo amor de deus
nada também de longos recitais,
porque um poema merece, no mínimo, descanso
e no máximo o silêncio absoluto
de sua voz estuprada.
depois de muito pensar,
quando as nuvens eram um escudo flechado,
encontrei o destino ideal para um poema,
ideal porque carrega em si a necessidade de todo poeta:
ser feito em gaivota de papel
e jogado pela janela.
então vai!
18.9.06
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5 comentários:
Ahhh! Muito bom, Leo. Que poeminha divertido! Esse frio ta te fazendo bem pros circuitos superaquecidos. Dica musical: o cara se chama Joshua Redman e o disco eh o Mood Swing. Destaque, na minha opiniao, para a ultima faixa, Headin' Home.
Beijo!
Prezadíssimo!
Descobri esse blog através do da Natércia.
É uma maravilha, tu é um Puta Poeta, me tocou mesmo. Lamento não ter tido acesso antes. Me tornei leitor. Boa sorte aí e, veja se aparece pelo Rio.
Salve!
Oi Leo! Era justamente o que eu estava precisando - um poema feito gaivota! Perfeito!!! - por falar nisso... seus tsurus estão vendo o mundo? Espero que sim. E espero que você não tenha precisado brincar de bexiga com um bando de desconhecidos! Beijo e parabéns pelo poema.
Queridos Arthur, Tobilei e anônimo,
apareçam sempre. é sempre bom saber sobre quem lê. pretensões de visitas para o dia 10 de outubro, ou nunca mais, a depender de acasos.
um beijo e boa sorte a todos aí tb!
Se voce vier dia 10 te faco um bolo de choclotate (pra voce comer e nao pra jogar na sua cabeca).
Serio, vem, cara. Saudades muitas.
Beijo.
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