ama profundamente
aquilo que te envergonha.
insiste no teu próprio declínio
através dos teus próprios deslizes.
aperfeiçoa teus equívocos mais felizes
de modo que eles jamais se fechem
com a verdade definitiva das coisas.
importa sobremaneira
insistirmos nas nossas primeiras
bestas internas
e que reconheçamos e amemos
(e sejam ternos)
nosso mais completo desespero,
a pior sorte de febre.
não deixemos que o medo
destrua nosso cativeiro de ossos,
pois o corpo é seu próprio sepulcro,
labareda perplexa, cicatriz exposta,
fachada desusada de pedaços mortos,
não importa o quão cedo.
é preciso que o corpo de ontem
desmembre seu próprio mito
para reconhecer no espelho da carne
através de seus abortos de hoje
a essência irrevogável
do seu conflito.
29.8.06
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Um comentário:
Fala sério... vc parece vinho tinto. Bjo. Ju e Gica.
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