marcamos o romance a ferro
quando todo o resto já havia
desistido.
agora estamos ambos quietos
atrás de um pai, de uma mãe,
um castigo.
comungo com braços de pedra e
crianças envidraçadas reanimam
a bastilha.
a pomba branca de olho amarelo
funda a faca em grãos concretos
de veias vazias.
estamos sozinhos e me sinto tonto
porque o coração corre apressado
numa rua sem saída.
uns chamam de morte, outros amor,
a boca metafísica que engole dados
e nos cega por dentro.
meu sangue é sorte de chance rala,
a noite é cínica como giz de farpa:
a faca afia e afunda.
pobres as crianças mudas, tão tristes,
por serem obrigadas a morrer felizes:
sou só mais uma.
com a faca suja de sonhos na mão trêmula,
pronta em sangue para tuas ruas incertas,
espero pelo frio.
e se você nunca existiu no meu caminho
por que fica a faca fixa dentro das idéias
doendo de vinho?
13.6.06
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2 comentários:
META AMOR E FOSSA
Maria Inês Simões
Na calada da noite se esforça em tentar ser o que nunca foi.
Consciente produz em imaginação fertilização. Liga o pc em
busca de tensão. Varre as salas encontra personalidades...
fingidas-possibilidades. Compromisso... compromete em ser o
que nunca será. Divaga nesta ilusão. Já passam das 23h,
novo dia se aproxima fala de si,
em outro ser onde encontra poema melancolia.
23h30 já não é a mesma pessoa, seu coração apaixonado é o
culpado de tanta explosão. Conheceu seu... “T”. HD, teclado,
monitor-cara metade e rolam promessas. A pergunta fatal
ultrapassa sentidos “quero você”. No mundo longínquo-presente
do irreal. Nada mais importa abre a porta na entrega total.
Deslizes, matizes, volúpias... Sem igual. Mas... É só virtual.
Pega um copo... É só mais um corpo bebe seu cálice. Delícia
em distância rouca. Já é madrugada de loucos em nautas. Sem
físico sem presença, sua sentença. Comete o erro fatal pensa.
“É só a máquina que integra o outro lado do fio”.
Presença pavio, circuito em curto.
Criou outro dia passou alegria ,
na queda da energia.
Depressão sem pressa atinge o objetivo.
Ilusão inclinação exclusiva.
Metálica amorfa fossiliza mais uma tentativa.
Volta ao real. E nasce outra poesia
< só >
digital... virtual... irreal
sentimentos violados
vírus - vermes - enviados
seres - bytes - separados
li(n)da - luta
(mas) inadequados
reset - deleta - controlados
vírus - vermes - apagados
< /só >
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