12.5.06

“paredes simples – tão complicadas”

Coisas velhas se acentuam como novas possibilidades de choro flácido. O que significa o orgasmo? Uma simples combinação sádica de estéticas – desprovida de qualquer cumplicidade – se torna uma ligação volátil: “oi, vou direto onde não combinei contigo”. E aí se tem uma espécie de verdade com cor. Ou vingança? Acho que não. A não ser que se precise do que não se teve na margem do precipício. Errado é o gosto descontínuo. Choros sem saber porque o couro intacto geme de frio. Radiografias de longe, mas tão perto do que se sente, como ligação pura e simples, cômica, nos dias coloridos de pústulas. Talvez a norma falha. Talvez não devesse ser o dever de quem sabe muito do que não se espera pouco, ou tudo que falta sem saber pelo que perguntar. Pelo bem ou pelo mal. A fala errada, quando massageio o cocuruto, significa a velhice, mesmo que seja logo, sabor de veludo. Um casal bonito exemplifica o meu erro. Cascas em ferida beatificam o instante, rápido demais para queixos românticos em lá maior. Treme a vontade de tecer em mim mesmo, ou te ser, sem mais tarde quem sabe Cartola. Textos fugazes no ritmo do cais de ondas, que são noturnas, e não marcam a pele congestionada. Quem me disse: você tem algo estranho com relação às pessoas, tem muito mais do que eu poderia querer de alguém – isso basta por enquanto – e hoje mora em esquinas invisíveis. Olhando para as paredes te amo, mas são apenas paredes, e isso me torna morto.

Nenhum comentário: